Dois objetivos básicos são propostos:
1°) Otimização e descrição da técnica cirúrgica para o implante, 2°) Avaliação da estabilidade e funcionabilidade do implante, in vivo, por um período pré determinado (1, 2, 3, 4 e 5 semanas).
INTRODUÇÃO:
O esôfago (E) compreende o segmento do sistema digestivo cuja principal, senão única função é permitir o transito do conteúdo da cavidade oral ao estômago. Apresenta até os dias atuais, um grande desafio em sua reconstituição ou substituição quando comprometido por obstrução, seja anatômica (tumores, fibroses pós-esofagites por refluxo ou iatrogênica), fisiológicas (distúrbios de motilidade); má formações congênitas ou reconstrução pós-esofagectomias.
Tal complexidade se traduz pela quantidade de proposta terapêutica; tanto por substituição utilizando estômago, segmento de intestino delgado, intestino grosso, como por meios artificiais (órteses rígidas e expansíveis, próteses externas).
Uma proposta terapêutica em uso, não é, por si só melhor nem pior que outra, o resultado depende da acurada interpretação do estado patológico, suporte terapêutico disponível na instituição, domínio de uma técnica em especial pela equipe, motivos pelos quais sempre haverá espaço para novas abordagens.
PREMISSA:
As ciências técnicas, biológicas e sociais evoluem baseadas na agregação e acúmulo de novos conhecimentos ao saber consagrado até então, determinando um salto de qualidade, eficiência e se possível simplificação do "estado da arte".
Com a evolução dos materiais implantáveis no ser vivo com mínima ou nehuma reação indesejável, velhos desafios passam a ser solucionados levando as técnicas médicas mais condizentes com a dignidade humana.
A evolução do conhecimento sobre dois materiais, titânio e silício, mais precisamente um tipo de seu polímero: silicone, abriram um leque de possibilidades em varias áreas da medicina.
O titânio, além de desencadear mínima reação de oxidação tecidual (reação tipo corpo estranho), apresenta excelente desempenho quando sujeito as quatro forças mecânicas clássicas (compressão, estiramento, torção e cisalhamento), haja visto o comportamento de suas próteses ortopédicas de quadril e joelho. Mais interessante é seu desempenho quando implantado em meio séptico, potencialmente patogênico como a flora da cavidade oral nos implantes dentários, permanecendo neutro sem sofrer a ação dos germes e sua provável rejeição.
O silicone (silício) padrão de uso médico, apesar de baixa resistência às forças mecânicas, é facilmente moldável e inerte quando assepticamente implantado no organismo.
MATERIAL E MÉTODO:
Os autores apresentam uma prótese interna manufaturada em titânio e em silicone para substituição do segmento torácico e abdominal do esôfago.
A prótese implantável é constituida de 3 (três) elementos:
Elemento 1: constituído por um cilindro em titânio com 30 mm (3 cm) de comprimento, 15 mm (1,5 cm) de diâmetro e 0,5 mm de espessura (Fig. 1). Apresenta-se vazado por vários orifícios em uma das extremidades (Fig. 1-a). Este segmento será implantado entre as camadas mucosa/submucosa (Fig. ) e as camadas muscular circular-longitudinal (Fig. ), após sua dissecção cuidadosa. A área vazada (orifícios) tem como função permitir melhor fixação do cilindro após re-coaptação e cicatrização das camadas previamente liberadas do esôfago. A extremidade livre, distal deste elemento implantado no coto do esôfago cervical será utilizado para fixar ("plugar") a extremidade cefálica do elemento 3 (Fig. ) como descrito a seguir.
Elemento 2: constituído por um cilindro de titânio de 50 mm de comprimento, 15 mm de diâmetro e 0,5 mm de espessura ( fig. ). Na posição entre 2/5 ( dois quintos) distal e seu 3/5 proximal encontra-se um anel ou plataforma de 10 mm de largura, 0,5 mm de espessura, com a superficie vazada ( fig. ). O cilindro mantém em relação a este anel/plataforma uma inclinação de 45 graus ( fig. ). Tal estrutura será implantada na face anterior do estômago como se segue: pequena incisão nas camadas seromusculares, dissecção e separação desta camada externa da interna compreendida pela submucosa/mucosa por uma extensão suficiente para acomodar a platafroma de superficie vazada. A hemostasia deverá ser cuidadosa. Os 2/5 ( dois quintos) distais serão introduzido, por umap equena abertura da mucosa mais submucosa, na luz gástrica.Pontos individuais serão dados para melhor aproximar as camadas seromusculares. Os 3/5 ( três-quintos) cefálicos, isto é, que ficaram exteriorizados da fuperficie anterior da parede gástrica serão utilizados para fixar 9 " plugar" ) a extremidade distal do elemento 3 ( fig. ).
Elemento 3: constuído por um tubo de silicone, pureza para uso médico, de comprimento, diâmetro e espessura suficientes para conectar ( "plucar") a extremidade distal livre do elemento 1 implantado à extremidade proximal livre do elemento 2 implantado na ( fig. ) e assim restituir o transito cavidade oral ao estômago..
V) PROJETO DE PESQUISA:
Considerando que a eficácia e segurança do uso de titânio e silicone na prática médica é assunto ja conhecido e consagrado quando empregados dentro das normas preconizadas.
Considerando que as precauções a serem tomadas para evitarem complicações tais como erosão e fistula de estruturas que atritam ou pulsão quando em contato com elementos artificiais implantados nos organismos ( ex. proteção com pericárdio bovino) é assunto já conhecido e consagrado quando empregadas dentro das normas preconizadas.
Considerando os cuidados a serem tomados para evitar obstrução das órteses e próteses externa de esôfago por impactação do bolo alimentar é assunto já conhecido e consagrado quando empregado dentro das normas preconizadas...
...os autores concluem, salvo parecer contrário e retificações do comitê de Ética para pesquisa desta instituição, que para alcançarmos os OBJETIVOS propostos neste trabalho e sua possível futura utilização em ser humano faz-se necessário:
-06 (seis) porcos, 1 (um) para cirurgia piloto e definição a técnica a ser utilizado, e 5 (cinco) para o trabalho em si.
-biotério para acomodá-los minimo 6 semanas, inclusive com um período de adaptação (1 semana?) para adestrá-los a alimentar apoiados somente pelas patas traseiras, visto que as próteses rígidas não possuem peristalse para propulsão do alimento deglutido.
-ração ( pastosa/semi líquida) e sistema alimentador elevado.
-centro cirúrgico para procedimento de médio porte visto que esta programado como conduta padrão : a) cervicotomia lateral esquerda para secção do esôfago cervical e implante do elemento 1 em seu coto cefalico b) mini laparotomia, tal como para uma gastrostomia, e implante do elemento 2 c) tunelização suficiente para passagem do tubo de silicone, i.e, elemento 3, em região pré esternal conectando cervicotomia a mini laparotomia supra umbilical. Conexão da extremidade cefálica deste tubo de silicone à extremidade distal do elemento cervical (1) pela cervicotomia e conexão da estremidade distal deste tubo de silicone a extremidade cefálica do elemento gástrico (2) pela laparotomia. Fixação destes três elementos em seus respectivos sítios. Sínteses das incisões cirúrgicas pelas técnicas usuais.
-anestesista.
-insumos cirúrgicos: anestésico, antibiótico profilático, fios suturas, compressas, gases, ataduras...
-os animais serão sacrificados com 1, 2, 3, 4 e 5 semanas pós operatório para estudo dos sítios anatômicos do implante da prótese.
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